quinta-feira, 28 de maio de 2015
Halloween: simbolismo
Halloween
Na Irlanda do século V (a.C), o dia 31 de outubro fazia parte de um conjunto de quatro datas comemorativas do calendário celta que marcava a transição das estações, o período de plantação e colheita, e o ciclo vital da Terra. A primeira data era celebrada no dia 2 de Fevereiro (conhecido como O Dia da Marmota), em honra a deusa da cura Brigith. No mês de maio celebrava-se o Beltane, considerado o dia que iniciava a temporada de semear. Nesta data realizavam-se rituais de fertilidade e prosperidade para incentivar o crescimento da lavoura. A terceira data ocorria em agosto: a festa da colheita em reverência ao deus sol Lugh. Finalmente, no dia 31 de outubro celebrava-se um feriado denominado Samhaim, que marcava o final do ano celta em honra ao deus pagão Samhan (Senhor dos Mortos), também o fim do verão e início do inverno.
A expressão Halloween tem origem na contração errônea da expressão inglesa All Hallows Eve (que significa Dia de Todos os Santos). Esta data foi instituída pelo Papa Bonifácio IV, e era celebrada no dia 13 de maio. Porém, em 835 o Papa Gregório III alterou o Dia de Todos os Santos para o primeiro dia de novembro. Sua intenção era unir as crenças cristãs e pagãs, aproximando as datas comemorativas. Outro objetivo do Papa era apaziguar os conflitos entre esses povos no noroeste europeu. Assim, os cristãos celebravam o dia dos santos falecidos no dia posterior ao rito pagão do Senhor dos Mortos. Desta forma, a expressão Halloween tornou-se sinônimo da celebração pagã de 31 de outubro.
O Samhaim é cercado de mitos e crenças que influenciavam a cultura dos povos europeus desde o período pré-cristão. Nesta data, os Druidas (sacerdotes celtas) reuniam-se e realizavam rituais dançando em torno de uma fogueira e oferecendo o sacrifício de animais. O caldeirão também era utilizado simbolizando o útero, e a abundância da Deusa Mãe.
Neste dia, acreditava-se que todas as relações de tempo e espaço ficavam suspensas, pois o 31 de outubro não pertencia ao ano velho, tampouco ao novo ano que se iniciava. Desta forma, os espíritos desencarnados podiam retornar ao mundo dos vivos e se apossarem dos corpos. Para evitar esta aproximação, era comum apagar todas as tochas e fogueiras das aldeias, de modo que o ambiente ficasse escuro, frio e hostil. Os habitantes vestiam-se com trajes fantasmagóricos e vagavam pelas ruelas em desfiles barulhentos, a fim de amedrontar e espantar os espíritos que procuravam corpos a serem possuídos.
Outro costume da tradição celta, constituía em oferecer alimentos aos espíritos malignos para que estes não interferissem negativamente em suas vidas. Com o passar do tempo esta prática foi modificada, e os alimentos eram dados aos mendigos. Em troca, eles oravam pelas almas dos entes mortos dos aldeões. Na Irlanda, eram organizadas procissões para angariar oferendas dos agricultores. Aqueles que se recusassem, teriam suas colheitas amaldiçoadas pelos espíritos; uma chantagem que originou o Trick or Treat (travessuras ou doces). Quando este costume foi levado pelos imigrantes irlandeses para a Nova Inglaterra (Estados Unidos), as principais travessuras baseavam-se em escrever nos muros das casas e retirar a tranca dos portões.
A partir do século IX, os cristãos europeus adotaram uma prática semelhante denominadaSouling. Naquela época, acreditava-se que as almas dos mortos permaneciam um período no limbo, e só alcançariam o reino divino através de muitas orações. Assim, no dia 2 de novembro os cristãos perambulavam pelas vilas oferecendo orações pelas almas dos mortos. Em troca, os familiares davam tortas de pão com groselha chamadas Soul Cakes. Além dos cristãos, os romanos também absorveram influências da religiosidade celta. Mas à medida que a idéia das possessões foi perdendo espaço, o conceito que envolvia a crença foi transformado em uma tradição folclórica.
A mais famosa referência do Halloween é a abóbora oca, com orifícios cavados e aparência demoníaca, denominada Jack-o-Lantern. Sua origem está presente no folclore irlandês. Segundo a lenda, um homem chamado Jack, notório beberrão e trapaceiro, esculpiu uma cruz no tronco de uma árvore, prendendo o diabo em cima dela. Assim, Jack firmou um trato com o Diabo: se ele nunca o atormentasse, Jack apagaria a cruz do tronco e o deixaria descer da árvore.
Depois que Jack morreu, sua entrada no Céu foi recusada devido ao seu pacto com o Diabo. No inferno, também não foi aceito devido suas trapaças. Porém, o Diabo concedeu a Jack uma única vela para iluminar seus caminhos. Sua chama teria que ser preservada eternamente, então Jack a colocou dentro de um nabo oco, e esculpiu alguns furos para dar passagem à luz emitida pela chama.
Portanto, originalmente as Lanternas de Jack eram feitas com nabos. Mas quando os imigrantes irlandeses aportaram nos Estados Unidos em 1840, encontraram as abóboras que são muito mais adequadas. Desta forma, a abóbora tornou-se o principal símbolo contemporâneo do Halloween.
Os outros símbolos também tiveram origem na tradição celta, principalmente nas crenças dos sacerdotes druidas. Por exemplo, o período da lua cheia era considerado favorável para a realização de determinados rituais.
Para os druidas o gato era um animal místico. Acreditava-se que as feiticeiras maléficas poderiam transferir a alma para seus corpos. Assim, muitos felinos eram sacrificados quando havia a suspeita de serem “feiticeiras camufladas”. Os seres humanos que praticavam perversidades eram transformados em gatos como meio de punição, segundo esta crença.
O morcego também adquiriu a reputação de possuir forças ocultas, por sua habilidade de perseguir suas presas no escuro. O mamífero também mantinha as características dos pássaros (no ocultismo, símbolo da alma) e dos demônios (por ser noturno). Na Idade Média, acreditava-se que demônios transformavam-se em morcegos.
Máscaras e fantasias eram utilizadas para afugentar entidades malfeitoras. Além de alterar a personalidade do usuário, possuíam a propriedade de conectá-lo aos mundos espirituais. As cores mais comuns no Halloween são o laranja e preto. Elas estavam associadas à missas em favor dos mortos celebradas em novembro. As velas de cera de abelha tinham cor alaranjada, e os esquifes eram cobertos com tecidos pretos.
Nas celebrações do Samhain, os druidas construíam grandes fogueiras denominadasBonfire (ou Bonefire, Fogo de Ossos), e queimavam vivos prisioneiros de guerra, criminosos e animais. Eles acreditavam prever o futuro através do fogo observando a posição dos corpos em chama.
DRUIDAS
Estes eram membros de um culto sacerdotal entre os celtas na antiga França, Inglaterra e Irlanda que adoravam deuses semelhantes aos dos gregos e romanos, mas com nomes diferentes. Pouco se sabe sobre eles, pois os sacerdotes passavam seus ensinamentos apenas oralmente jurando e fazendo jurar segredo. Algumas práticas porém são conhecidas. Eles moravam nas florestas e cavernas, e diziam dar instruções, fazer justiça e prever o futuro através de vôo de pássaros, do fogo, do fígado e outras entranhas de animais sacrificados. Os druidas também ofereciam sacrifícios humanos e tinham como sagrados a lua, a “meia-noite”, o gato, o carvalho, etc. Os druidas foram dizimados pelos romanos na França e Inglaterra antes do final do primeiro século, mas continuaram ativos na Irlanda até o quarto século.
FEITIÇARIA NO PASSADO
Não só os católicos durante as atrocidades da Santa Inquisição, mas também os seguidores de Lutero, durante a selvagem perseguição aos anabatistas, e os calvinistas em sua feroz intolerância, promoveram barbaridades e injustiças com a desculpa de estarem em “Guerra Santa”.
Acreditava-se que mulheres com poderes de feitiçaria podiam lançar aos seus vizinhos toda espécie de sorte maléficas, como morte de gado, perda de colheita, morte de filhos, etc. Segundo a tradição, o poder mais pernicioso de tais bruxas era tornar seus maridos cegos a respeito da má conduta de suas esposas e de fazer com que as chamadas feiticeiras gerassem filhos idiotas ou aleijados. Como a caracterização de bruxas era a de velhas megeras desdentadas com hábitos excêntricos e língua venenosa, muitas mulheres com tais características foram mortas em Salem, nos EUA em 1692.
Vejam só a barbaridade: ter um filho com alguma deficiência já caracterizava a mãe como bruxa ou feiticeira. Na Europa, a figura de feiticeira era a de “uma moça linda e perversa”, e grande número de adolescentes e jovens mulheres casadas foram mortas na Alemanha e França.
As primeiras perseguições ocorreram no séc. XIII e depois em 1484 com a Santa Inquisição. O papa Inocêncio II recomendava que seus inquisidores torturassem até obter provas. Durante a Revolução Protestante essa caça assumiu proporções absurdas. Lutero aconselhava que se matasse feiticeiras com menos consideração e misericórdia do que se tinha com criminosos comuns.
Sob o comando de Calvino em 1545, 34 mulheres foram queimadas ou esquartejadas (vivas) sob acusação de serem ou praticarem feitiçaria. Mulheres, moças e até crianças eram torturadas com agulhas enfiadas sob suas unhas, assando-se os pés em fogueiras ou esmagando-se as pernas sob grandes pesos “até que a medula espirrasse dos ossos”, tudo isso para obriga-las a confessar “orgias repelentes com os demônios”. O ápice desta histeria ocorreu no final do séc. XVI onde o número de vítimas pode ter chegado a 30 mil. Durante essa época em cidades alemãs mais de 900 mulheres foram mortas num só ano, não restando uma só mulher em algumas cidades. Até pessoas celebrizadas por nós defendiam que pessoas fossem mortas sob simples suspeita de feitiçaria.
Abóbora: Simboliza a fertilidade e a sabedoria
O caldeirão: Peça fundamental, na ornamentação – fazia parte da cultura – como mandaria a tradição
As moedas: No final da festa, devem ser recolhidas para serem doadas aos necessitados
Bilhetes com pedidos: Devem ser incinerados para que os pedidos sejam mais rapidamente atendidos, pois ele serão levados através do fumo
A vassoura: simboliza o poder feminino que pode efetuar a limpeza de energias negativas. Equivocadamente, pensa-se que ela sirva para o transporta das bruxas.
Os doces em geral: Proporcionarão alegria aos seres que virão de outros planos, simbolizando o alívio das agruras pelas quais eles têm passado.
Aranha: Simboliza o destino e o fio que tecem as suas teias, o meio, o suporte para seguir em frente
Morcego: Simboliza a clarividência, pois que vêem além das formas e das aparências, sem necessidade da visão ocular. Captam os campos magnéticos pela força da própria energia e sensibilidade.
Coruja: Simboliza a capacidade de reflexão que domina as trevas e paciência. Tem muito de força energética em captar além da visão ocular.
O sapo: Está ligado à simbologia do poder da sabedoria feminina, símbolo lunar e atributo dos mortos.
Gato preto: Símbolo da capacidade de meditação e recolhimento espiritual, autoconfiança, independência e liberdade. Plena harmonia com o Universo.
Cor laranja: Cor da vitalidade e da energia que geram força. Os druidas acreditavam que nesta noite, passagem para o Ano Novo, espíritos de outros planos se aproximavam dos vivos para vampirizar a energia vital encontrada na cor de laranja. Pode-se fazer uso de sobretons, desde os tons de amarelo, laranja, cenoura e vermelho.
Preto: Cor sacerdotal das vestes de muito magos, bruxas, feiticeiras e sacerdotes em geral. Cor do mestre.
Roxo: Cor da magia ritualística.
Manto ou capa: Simbobiliza a invisibilidade, o esquecimento, o oculto ou o que deve ser ocultado.
Máscaras: Personificam os eventos de outros planos.
Chapéus pontudos: Símbolo de consagração no nível sacerdotal.
Monstros: São a transformação do fim, do velho para o início, o novo.
Tiaras: Coroas em três níveis que terminam em ponta. Seu portador representa um que ser possui domínio sobre os três níveis do cosmo celeste, terrestre e infernal.
Coroas: Símbolo da realeza, nível cósmico mais elevado.
Varinha mágica: Simboliza o elemento ou agente transformador.
Bastão: Símbolo de autoridade e comando.
Cajado: Símbolo de sabedoria e desprendimento, abnegação e independência do que é material.arunashouse.wordpress.com
terça-feira, 26 de maio de 2015
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Bruxas de verdade no Halloween



A fórmula secreta das Bruxas.



A Bruxa e o Caldeirão
A Bruxaria
A velha religião na Itália começou com os povos Etruscos que apareceram na Itália por volta de 1.000a.c, por serem povos místicos e possuidores de conhecimento de magia eles influenciaram em muito a religião da Itália.
Os povos Etruscos deixaram tumbas magníficas decoradas, pintadas e ás vezes com jóias armas, utensílios de uso pessoal, todos esses objetos indicavam o nível social da pessoa que ali estava enterrada, acreditavam na vida após a morte e que os deuses se fossem bem celebrados durante suas vidas na terra, poderiam lhes reservar uma boa vida após a morte.
Os deuses ocupavam um lugar importante na vida dos Etruscos, influenciavam seus comportamentos, seus relacionamentos e a idéia principal dos Etruscos era o poder que os deuses podiam emprestar "aos humanos", portanto o poder divino era consciente entre os Etruscos, com seus hábitos, sua religião e seus conhecimentos influenciaram sobre maneira toda a região da Itália.
A vinda do cristianismo na Itália determinou a queda do Paganismo e o culto mágico aos deuses foi considerado ilegal. As sacerdotisas de Diana se refugiaram em vilas isoladas, onde hoje é encontrado o templo de Diana em ruínas, portanto a Velha Religião foi conservada nessas áreas rurais e o seu conhecimento existe até hoje na Itália moderna.
A perseguição das bruxas na Itália não foi violenta como foi em outros países, pois as bruxas italianas se concentravam em vilas isoladas e era geralmente muito bem tolerado.
A bruxa italiana chama-se Stregha e o bruxo italiano chama-se Streghone e o coven de bruxos é chamado de Boschetto A Stregheria também tem várias tradições conforme as regiões da Itália, por exemplo, na Sicilia, norte da Itália, sul da Itália etc...
Na Stregha é muito importante os laços familiares, os espíritos que protegem e preservam a antiga religião e seus conhecimentos. Ha muitas diferenças entre as bruxas americanas e as bruxas italianas, essas diferenças além de serem históricas são devidas a diferentes tradições e diferentes crenças.
Os Estados Unidos fica muito longe da Itália e numa época passada, nos tempos primitivos é lógico que o conhecimento da Itália eram diferentes dos conhecimentos americanos assim como a sua história, por exemplo: uma bruxa Strega nunca ouviu falar sobre karma há tempos atrás, por que o conceito oriental místico só chegou na Itália neste século, portanto não se escutava falar sobre tantra, I'ching, chákra, yoga, estes conceitos não estavam presentes na Itália no ano de 1.300... Como a Stregha italiana têm seus alicerces na velha religião praticada nessa época, genuinamente ela não usa conceitos orientais.
Outro exemplo: Na Itália temos quase 200 dialetos diferentes, o que originam diversas formas de conhecimentos, tradições e clãs.
A magia Stregha usa muitos objetos da natureza, amuletos, talismãs, adivinhações, feitiços, os círculos mágicos também são feitos, é muito comum se encontrar chaves feitas de ouro ou prata, tesouras ferraduras, pérolas, fitas vermelhas e sal.
Já foi dito que é muito importante os laços familiares na bruxaria Stregha e geralmente a iniciação de uma bruxa Stregha começa desde o momento de seu nascimento. As mulheres mais velhas da família gradativamente vão oferecendo conhecimentos para a iniciada e vão notando quais os dons que esta iniciada nasceu com eles. Isto também se dá com os meninos que florescem mais tarde na magia que as meninas.geocities.ws
Fonte: Autor Desconhecido
A bruxa que criou Harry Potter
Tímida e discreta, a inglesa J. K. Rowling já viveu com o dinheiro do seguro-desemprego. Hoje, graças ao sucesso do seu pequeno bruxo, é mais rica do que a rainha Elizabeth por Joana Monteleone e Haroldo Ceravolo Sereza
Pode-se começar a falar de J. K. Rowling contando como ela criou o personagem de maior sucesso dos últimos anos, o menino bruxo Harry Potter. No final de 1994, sentada com a filha pequena num café escuro e empoeirado de Edimburgo, na Escócia, sua vida não parecia muito promissora. Como milhares de candidatos a escritores ao redor do mundo, ela sonhava em ter, ao menos, uma obra sua nas estantes das livrarias. Só não imaginava que a série de livros que vinha diariamente escrevendo a mão, entre um gole e outro de café, iria fazer com que, alguns anos depois, milhões de crianças em todo o mundo deixassem de ver televisão para ficarem quietas, encantadas com relatos sobre bruxas voadoras, dragões terríveis, vassouras mágicas e caldeirões de cobre. Essa história começou, na verdade, muitos anos antes, em 31 de julho de 1965. Foi nesse dia que a menina Joanne, primeira filha do casal Peter e Anne Rowling, nasceu em Chipping Sodbury, perto de Bristol, oeste da Inglaterra. Essa data é importante não apenas para a família Rowling. É também um detalhe significativo para a legião de fãs de Harry Potter – que, por um capricho da escritora, comemora seu aniversário exatamente nessa data, dando pistas de que, em grande medida, o pequeno bruxo é um alter ego de sua criadora. A infância da mulher que cria-ria histórias fantásticas nada teve de excepcional. “Minhas primeiras lembranças estão relacionadas ao nascimento de minha irmã, Dianne, quando eu tinha cerca de 2 anos”, conta a escritora em suas memórias. Mas a vida normal era apenas aparente. Por trás da fachada da casa de tijolos antigos de uma rua no subúrbio de Bristol, para onde havia se mudado com a família aos 4 anos, as duas irmãs brigavam como cão e gato, brincavam de fazer mágica e encenavam longas peças de teatro. Como outras crianças de suas idades, Joanne e Di pareciam ter a chave secreta para viajar pelo mundo da fantasia sempre que quisessem. O escritor brasileiro Monteiro Lobato chamava essa viagem de “pó de pirlimpimpim”. No caso das irmãs Rowling, não havia um pó, mas a imaginação das duas fazia um pequeno subúrbio inglês, com sua arquitetura monótona, servir de porta para outros mundos. “Eu me lembro bem da primeira história que escrevi. Era sobre um coelho. Eu tinha 6 anos”, recorda-se Joanne. A infância e a adolescência foram períodos decisivos para ela, nos quais suas histórias começaram a ganhar alicerce. Joanne tinha 9 anos quando a família Rowling foi morar no campo, perto de um vilarejo chamado Tutshill, no País de Gales. “Era uma cidadezinha protegida por um castelo, que ficava no alto de uma montanha”, conta a escritora em seu diário eletrônico na internet. Sua casa era próxima ao cemitério da cidade, e os túmulos se tornaram palco de muitas brincadeiras dela com sua irmã. Naturalmente, o Halloween, a festa das bruxas, no dia 31 de outubro, passou a ser o feriado preferido das meninas. Na mesma rua dos Rowling morava uma família de sobrenome Potter. Na casa, viviam um menino (Ian) e uma menina (Vicky), que costumavam brincar com as duas irmãs. Muitos anos depois, em 1990, durante uma viagem de trem lotado de Manchester a Londres, Joanne se lembraria dos vizinhos. Foi nessa viagem aparentemente chata que ela teve a idéia mais interessante e lucrativa de sua vida – a de escrever sobre a saga de um menino de sobrenome Potter. “A história foi concebida num repente. Fui obrigada a pensar nela durante as quatro horas que durou a viagem, pois não tinha caneta nem papel e tive vergonha de pedir emprestado”, conta. Alguns anos antes, Joanne havia se formado em língua francesa na Universidade de Exeter. Escolhera este curso por pressão dos pais, que sonhavam em ver a filha seguir a carreira de secretária bilíngüe. Nessa época, Joanne trabalhava para a Anistia Internacional, em Londres. Demonstrava não levar jeito para secretária. Em vez de fazer as atas das reuniões, ficava rabiscando suas histórias no papel. Em dezembro de 1990, um acontecimento trágico: sua mãe, que sofria de esclerose múltipla, morreu. Abalada, Joanne resolveu viver um tempo em Portugal, na cidade de Porto, onde passou a dar aulas de inglês. Foi lá que, traçou o plano principal da história do menino bruxo: seriam sete livros, um para cada ano de Harry na escola. Em Portugal, Joanne casou-se com o jornalista Jorge Arantes, pai de sua filha Jéssica. O casamento é um assunto tabu para a escritora. Uma biografia sua não-autorizada, escrita por Sean Smith, narra deta-lhes sobre a tempestuosa relação do casal, incluindo brigas em público. Quando Joanne e Arantes se separaram, sua filha Jéssica ainda era bebê. No final de 1994, Joanne decidiu se mudar com a menina para Edimburgo, na Escócia, para ficar mais perto de Di, sua única irmã. Estava determinada a concluir seu primeiro livro. Instalada num pequeno apartamento, Joanne passava o dia cuidando da filha e, quando a menina caía no sono, levava-a com um carrinho de bebê até o café mais próximo, onde passava horas escrevendo as aventuras de Harry Potter. Chegou a ficar deprimida com falta de perspectivas e de dinheiro, pois dependia do seguro-desemprego concedido pelo governo britânico. Quando, enfim, conseguiu terminar de escrever o livro, enviou o manuscrito a um agente literário. Recebeu o texto de volta, acompanhado de uma polida carta de recusa. Mas Joanne não desistiu. Teve mais sorte com o segundo agente literário, Christopher Little, que acreditou no potencial da história e a ofereceu à editora Bloomsbury. Em junho de 1997, o primeiro livro com as aventuras de Harry Potter foi lançado na Inglaterra. A Bloomsbury sugeriu que a escritora usasse as iniciais em vez do primeiro nome, por achar que leitores meninos poderiam ter preconceito em relação a um livro escrito por uma mulher. Como só tem um nome próprio, Joanne resolveu acrescentar a letra “K”, tirada do nome de sua avó favorita, Kathleen. Nasceu, assim, J. K. Rowling. O primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, recebeu algumas resenhas elogiosas e não demorou a entrar na lista dos mais vendidos. Com o adiantamento que recebeu da editora, J. K. Rowling – que então se sustentava dando aulas de francês – pôde se dedicar exclusivamente à literatura. E não perdeu tempo. Escreveu as seqüências Harry Potter e a Câmara Secreta (1998), O Prisioneiro de Azkaban (1999), O Cálice de Fogo (2000) e A Ordem da Fênix (2003). Todos os livros viraram best-sellers. Os cinco títulos já foram traduzidos em 55 idiomas e venderam mais de 250 milhões de exemplares em 200 países.
O sucesso da série transformou a ex-desempregada numa mulher riquíssima quase da noite para o dia. Este ano, J. K. Rowling entrou na lista de bilionários da revista americana Forbes, com uma fortuna estimada em 1 bilhão de dólares. A escritora já é mais rica do que a rainha Elizabeth II, que, segundo a Forbes, tem uma fortuna pessoal de 660 milhões de dólares (sem contar os palácios e outras propriedades, considerados patrimônio do povo britânico). O êxito se repetiu no cinema. Os filmes baseados nos dois primeiros livros arrecadaram 1,8 bilhão de dólares. O terceiro filme, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, lançado no Brasil em junho, também já é um sucesso. A conta bancária de J. K. Rowling engorda ainda mais com os royalties pela venda de diversos produtos baseados em Harry Potter, de brinquedos a videogames, totalizando de cerca de 75 itens já licenciados. Mesmo bilionária, J. K. Rowling não perdeu seu ar de pacata dona-de-casa. Uma de suas poucas extravagâncias foi comprar, em 2001, uma luxuosa mansão do século XIX no condado de Perthshire, na Escócia, onde passa a maior parte do tempo reclusa, dedicando-se ao seu principal – e lucrativo – hobby: escrever. Tímida, quase não dá entrevistas e raramente comparece a eventos sociais. Apesar da vida discreta, todos os fãs ficaram sabendo quando ela se casou com o médico anestesista Neil Murray, em dezembro de 2001, e deu à luz um menino, David, em março de 2003. Como foge das badalações, seu rosto não é tão familiar para o público. Por isso, J. K. Rowling ainda consegue circular nas ruas sem ser incomodada. “Raramente sou reconhecida e fico muito feliz com isso. Gosto de ser uma pessoa anônima”, afirmou durante uma entrevista. O mesmo não poderia dizer o menino bruxo que ganhou vida nos cafés de Edimburgo e, anos depois, tornou-se muito mais famoso que sua discreta e rica criadora.
Escola de feitiçaria Os escritores que influenciaram J. K. Rowling J. K. Rowling nunca negou que bebeu em várias fontes para criar a série do menino bruxo Harry Potter. Assídua leitora e de gosto eclético, ela tem alguns escritores britânicos favoritos, como Clive Staples Lewis (1898-1963), autor das Crônicas de Narnia, que em breve deverão ser filmadas pela Disney; Elizabeth Goudge (1900-1984), apontada pela própria J. K. Rowling como a autora que mais influência teve na criação de Harry Potter; e Louise May Alcott (1832-1888), autora de Mulherzinhas, um clássico da língua inglesa. Há muita especulação também sobre a influência do sul-africano John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973), que escreveu a trilogia O Senhor dos Anéis, na obra de J.K. Rowling. Ambos criaram mundos fantásticos, distantes da realidade cotidiana. Também inven-taram uma galeria de seres esquisitos e línguas estranhas. J. K. Rowling jura que essa influência não existe. Mas no caldeirão de misturas literárias usa-das pela escritora, os contos de fada estão em primeiro lugar. Elementos de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Pe-queno Polegar aparecem em momentos distintos da história e dão às crianças uma confortável sensação de reconheci-mento ao ler a história de Harry Potter.
A erva mágica E se o nosso herói se chamasse Haroldinho Maconheiro? Harry Potter não teve seu nome traduzido para o português, um padrão seguido hoje pelos mais gabaritados profissionais do mercado. Mas nem sempre foi assim. O poeta Carlos Drummond de Andrade, que verteu para o português muitas obras em prosa, chamou de Teresa a heroína francesa de um romance recentemente re-lançado com o nome de Thérèse Desquey-roux, de François Mauriac, prêmio Nobel de literatura. Se Lia Wyler, que traduziu Harry Potter para o português, tivesse optado pelo padrão antigo, um dos pos-síveis nomes para o personagem seria “Haroldinho Maconheiro”. Isso porque pot significa “maconha” em inglês. Potter poderia, então, com muita malícia, ser entendido como “maconheiro”. Vale registrar que potter tem outros significados mais óbvios, como “oleiro” (fazedor de potes de argila) e “enlatador de conservas”. O que remete para um outro fato curioso. Nos anos 1980, a carga de um navio foi lançada ao mar, no Rio de Janeiro. Eram muitas latas de conserva – só que elas não tinham ervilhas nem atum. Estavam, na verdade, cheias de... maconha! Correu o boato de que ela produzia efeitos mais intensos que a maconha vendida nos morros cariocas. Isso rendeu uma nova gíria: “Essa é da lata” passou a significar maconha de alta qualidade.
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Caldeirão

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